segunda-feira, 16 de abril de 2012

Texto Dia do Indio - Parte II

entendidas como momentos de aprendizagem (como é o caso dos rituais), outras estão relacionadas com as pequenas atividades realizadas no dia a dia.

As situações mais cotidianas são momentos de aprendizagem valorizados pelos A’uwé. As crianças costumam caminhar livres pela aldeia, acompanhando outras pessoas (sejam crianças, velhos ou adultos) em suas atividades, e é nestas ocasiões que elas aprendem a identificar as regras que orientam a sua sociedade.

As tarefas domésticas são aprendidas no cotidiano. Ao mesmo tempo em que ajudam seus parentes a tomar conta do irmão, lavar roupa, levar e trazer recados, preparar comidas, as crianças brincam e se divertem. Assim, o aprendizado vai acontecendo aos poucos.

A brincadeira é um jeito de aprender. Os meninos, por exemplo, aprendem a fazer arcos e flechas desde pequenos e brincam ao redor da casa imitando caçadores e bichos. Vão aperfeiçoando a maneira de fazer os objetos e assim, quando forem adultos, conseguirão fazer arcos e flechas bonitos e bons para caçar, além de desenvolverem as habilidades físicas para se tornarem bons caçadores.

As crianças xavantes costumam repetir várias vezes a mesma brincadeira, buscando novas possibilidades e desafios a cada repetição. Dessa forma, melhoram suas habilidades e aprendem suas possibilidades e do meio à sua volta. Brincar de casinha é um bom exemplo disso. Ao construir com o barro uma casinha em miniatura, imitam as divisões internas de sua própria casa e assim, a criança xavante reflete sobre a organização doméstica e os espaços da aldeia, e aprofunda o conhecimento que tem sobre a sua comunidade.

Os rituais são importantes situações de aprendizagem. Nestes momentos, todo mundo aprende: os jovens aprendem mais sobre os valores, princípio e modos de agir do seu grupo e os adultos aprendem com os mais velhos todos os detalhes da realização de um ritual.

Estes momentos buscam enfatizar as divisões e as regras sociais xavantes e fixar os conhecimentos sobre as mesmas. Têm por objetivos marcar períodos de amadurecimento, de passagem de uma fase da vida para outra, da fase criança para a idade adulta, por exemplo. Nos rituais de passagem, aprende-se como agir socialmente: o que a comunidade espera, quais atitudes se deve ter dali pra frente. Os rituais têm objetivos concretos, como demonstrar que aqueles meninos já conseguem enfrentar desafios físicos, que conhecem importantes cantos etc.

(FONTE: Instituto Socioambiental/ Site Povos Indígenas no Brasil Mirim/ HTTP://pibmirim.socioambiental.org/como-vivem/aprender).

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